ARCOWEB: Templo ecumênico, Curitiba

Fonte: Arcoweb

CAIXA DE LUZ

 O projeto do Templo da Paz, espaço ecumênico no campus do Centro Universitário Positivo (Unicenp), em Curitiba, foi desenvolvido pelo arquiteto Manoel Coelho. O templo, apoiado sobre fundações em balsas, parece flutuar no lago e tem acesso por meio de passarela metálica. Também em aço, a estrutura é fechada por vidros e protegida por brises de alumínio, combinação responsável pela leveza da proposta.

Autor do plano diretor do campus da Unicenp, Manoel Coelho planejava desde o início dos trabalhos, em 1998, a construção de um espaço que, desvinculado de qualquer religião, atraísse alunos e funcionários de todas as crenças.
O projeto começou a ganhar forma em 2002, após a conclusão das primeiras etapas de implantação da universidade, que ocupa terreno de 360 mil metros quadrados marcado por grandes extensões de áreas verdes, pelo lago ampliado e por edificações que revelam racionalidade tectônica e sensibilidade estética.
O templo ecumênico destaca-se pela singularidade e singeleza de sua proposta: um volume poliédrico, protegido por brises de alumínio e ancorado no lago. O acesso a ele é feito por passarela com estrutura metálica que parte da praça frontal, onde se situa uma escultura em pedra bruta e bronze, sobre a rosa-dos-ventos estampada no pavimento.
Com quase 30 metros de extensão e quatro de largura, a passarela tem piso em malha de aço, que permite ver a água sob os pés. O local da implantação e a escolha dos materiais pretendem definir um espaço parameditação, ligado à natureza. “Os usuários devem esquecer o mundo exterior”, diz Coelho.
Fundações sobre balsas dão suporte aos tubulões que apóiam a estrutura metálica, vedada por vidro em planos assimétricos, como um cristal bruto. Os brises, que protegem contra a luz solar sem bloquear a vista, são formados por placas irregulares de alumínio. Suas bordas superiores conformam uma linha ascendente que induz o olhar do observador para o céu, “como um ato de reverência às fontes da criação”, detalha o arquiteto.
A construção não apresenta laje. Em seu interior, o piso de madeira está apoiado diretamente sobre a estrutura metálica. A madeira também está presente nos volumes verticalizados que formam o púlpito e nos 16 cubos que servem como bancos. Para reforçar o caráter ecumênico, as simbologias religiosas deram lugar aovitral azul em plano inclinado, com a figura de uma pomba da paz.
A iluminação valoriza o projeto, transformando o volume de vidro em uma atraente caixa de luz. Para alcançar esse efeito, o arquiteto usou lâmpadas de vapor metálico de 150 e 300 watts entre o vidro e as placas do brise e também na área interna, junto do vitral. Na luminária circular pendente, com design da MCA, foram empregadas lâmpadas PAR 20 em tom amarelado. O trajeto da passarela é balizado por leds azuis.
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