Desde os primórdios, a colaboração entre a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e Manoel Coelho esteve embasada numa questão epistemológica laica e num conceito cristão derivado de São Paulo, o santo difusor do cristianismo. Em termos epistemológicos, a ideia é a de que o saber deve ser organizado num sistema, sem contradições entre as partes, e que tal organização deve evidenciar-se não só nos conhecimentos profissionais e científicos divulgados pela Universidade, mas também deve transparecer no conjunto de edificações que a forma e em todos os aspectos de sua organização visual. Nas mãos do arquiteto, isso toma forma num projeto único, que abrange a planificação dos vários campi, dos edifícios, dos laboratórios, das placas de sinalização, dos uniformes dos funcionários e do design do papel de cartas, formando um todo. Em termos religiosos, há a ideia de que a Universidade é um edifício único, formado pela crença cristã, pelos conhecimentos transmitidos, pelos administradores, pelos estudantes, professores e funcionários. Caberia à Arquitetura expressar essa edificação transcendental com os impuros e ordinários materiais de construção.
A colaboração entre a PUCPR e Manoel Coelho iniciou-se em 1973. No momento em que este texto é escrito, estende-se por 40 anos. Para se compreender o plano geral e os detalhes do conjunto gerado em quatro décadas de convívio, é necessário mixar a formação do arquiteto Manoel Coelho, os princípios educativos da Congregação Marista (mantenedora da instituição) e também alguns preceitos da organização espacial católica, que se confundem com as bases da Civilização Ocidental.